sexta-feira, 23 de outubro de 2009

‘Detalhes’


É incrível ouvir o cair de cada gota de chuva. O piar de um passarinho. As folhas se chocando e até mesmo o som do vento. Mas, o incrível mesmo é que na maioria das vezes ninguém presta atenção nesses pequenos e ilustres detalhes.
Particularmente, adoro poder sentir-me em total liberdade, em uma natureza tão grandiosa. Adoro reparar o nascer do sol, a mudança de fases da lua. Ver uma nova flor desabrochando, uma folha caindo, o jorrar da água na cachoeira e a correnteza que ela mesma causa. Adoro poder acreditar nesses grandiosos fatos, que no ver de alguns são extremamente simples, porém, ninguém jamais os fará.
Gostaria de estar sentada na beira de um rio, vendo o nadar dos peixes, observando o cair da noite, olhando para o céu e analisando o brilho das estrelas se ofuscando. Reparando no mover das nuvens, que nos mostra imagens, abrindo nossa imaginação para podermos formá-las no que desejarmos.
É injusto ter consciência de que tudo isso nos pertence, mas infelizmente não sabemos cuidar da forma como realmente se deve. É estranho porque ao mesmo tempo em que temos, deixamos de ter, por causa do nosso próprio egoísmo, por medo de perder ou por um bem querer não dá de entender.
Me vejo paralisada com todo essa transformação, dia após dia, a vida, a alma, as pessoas, os momentos e a realidade mudam. Mudam de uma forma que se não olharmos bem não veremos, não entenderemos e não saberemos lhe dar com a situação. Situação que ao passar das horas se torna mais irreversível. Entretanto, adoro tudo isso pelo simples fato de existir. Pelo motivo de nos dar a oportunidade de analisar tais fatos, nos deixando brinca, sendo algumas vezes algo imaginário ou irreal de mais. Me deixando adorar e apreciar esses prazerosos detalhes.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Momento Final


Fechei a porta de casa, peguei o único meio de locomoção rápida que encontrei, fui a caminho da praia. Precisava naquele momento ver uma imensidão, precisava novamente perceber que existia belos lugares para belos momentos, precisava ouvir o tom baixo do oceano e o leve cheiro de sal misturado com uma brisa doce, por fim, precisava sentir-me mais próxima de quem verdadeiramente sou.
Agora percorro descalça e sozinha pela praia, sinto a areia e a água que por ela passa encostando em minha pele. Consigo ver a marca que o tempo me deixou em momentos não tão passados assim. O vento sopra meus cabelos para o rosto, como se tentasse impedir-me de ver o caminho que ainda tenho que percorrer. Mas, sinto sinceramente que o som de uma felicidade que se encontra distante do mundo está para chegar. Som esse que a distancia insiste em distorcer, me impedindo de relembrar todos aqueles pensamentos que as ondas trazem desesperadamente para mim.
Sinto que estou no colapso final, na margem de uma vida que nunca quis que me pertencesse. Sinto que uma resposta convincente sairá de minha boca, formada pela minha mente e ecoada pela minha voz.
Me vejo sensibilizada com toda essa situação, fecho os olhos e eles enchem-se de lagrimas, que por motivos internos não as deixo cair, elas que não mudarão nem um pouco essa historia, mas que talvez amenizarão o tal sofrimento. Encontro-me sentada em umas pedras que ali avistei, sentido o fisgado de uma dor que infelizmente não localizei, recebendo o remédio que a água salgada trás para mim e querendo que esse arrepio na espinha passe ao ouvir o caloroso som da tua voz amiga.
O sol começa a se pôr, encostando o seu forte brilho no infinito do oceano, me deixando uma imagem magnífica do poder e da beleza da natureza, mas ao mesmo tempo, me provando que se não agirmos rápido aquela luz que brilha forte lá no fundo, um dia se apagará para sempre.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ilusão


Passando por transtornos mentais constantes, tentando crer, ver e assimilar, mas sem nada a me agradar. Me encontro nostalgiada, sem medo e até mesmo sem reação alguma.
Imagino coisas e pessoas, penso que sempre estou rodeada de seres estranhos, que nada mais são que frutos da minha imaginação. Imaginação fértil ou simplesmente conturbada? Sinceramente, não acredito muito nas mudanças prometidas, pois dias vem e vão, eu continuo aqui, você ai e as certezas, no lugar de onde nunca saíram.
Tento me convencer que são apenas ilusões, pois tenho que pensar freqüentemente assim, mas para que tudo isso realmente? Nem eu mesma sei explicar, mas sei que agora você pode estar se perguntando, “Será mesmo que posso ter certeza disso, duvidar daquilo ou simplesmente não pensar em nada?”
Pois é, não é tão fácil assim como muitos pensam, talvez seja por isso que as coisas sempre ficam paradas, como se estivessem congeladas ou pesas em uma realidade que não nos pertence. Como se ela estivesse deslocada da nossa confusa vida ou de todo o nosso incerto destino.
A realidade é algo irreal, pois é impossível de ser descrevida sucintamente, nunca ninguém encontrará meios suficientes para dizer o que é essa eterna ilusão mental. É como se nos encontrássemos no meio de um furacão, a procura de uma bondosa mão, esperando por algo que possivelmente não virá. É como se estivéssemos em um domingo a tarde, com aquela tensão total, uma monotonia geral, onde tudo varia, através de uma malevolência irracional.
A verdade é que não basta só crer que isso mudará, tem que fazer acontecer!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sorriremos


Me desculpe por minhas grosserias. Às vezes não consigo me controlar, me deixo levar pelo momento de ira e te maltrato com minhas perturbações diárias, sendo que seu carinho é o que me faz sentir tranqüila.
Sinto por nem sempre corresponder a sua altura. Sinto por perceber sua chateação e errar novamente no mesmo ponto. Sinto muito mais por não agüentar guardar meu rancor e acabar descarregando em quem nada fez.
Só posso pedir que me aceite e me ajude a melhorar nesse ponto fraco. Gostaria muito de poder ser aquilo que procura para sua vida, pois tenho certeza que tudo isso acabará. Não sei se bom, mas o melhor dessa historia é que ninguém poderá dizer que não tentamos, que não procuramos a melhor solução para todas as preocupações e que não arriscamos em todas as medidas possíveis.
Só tenho a agradecer. Não só por tudo o que se passou, mas por tudo aquilo que ainda virá e tenho certeza que lá na frente olharemos para trás, agradeceremos pelas situações e pelos momentos.
Sendo assim, ‘Perdón e muchas gracias!’