terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sonhos


Imaginar aquilo que mais se deseja pode ser bom para alimentar a vontade de tornar algo concreto. Mas, da mesma forma pode ser confuso para uma mente que se torna perturbadora por ansiar tão forte algo e que mais cedo ou mais tarde se realizaria na vida atual, ou apenas, na virtualidade de sua mente criativa.
Os sonhos realmente movem à alma, nos faz querer alcançar aquilo que mais desejamos, mas também é capaz de ferir um coração ‘fraco’, pois nos prendemos na ilusão do infinito dom de sonhar e nem sempre somos capazes de realizar.
Entretanto realizar torna-se fundamental, pois a realização não transforma só a pessoa, transforma o ego, rejuvenesce a alma e nos faz sentir mais capaz, mais confiante em nós mesmo e nos dá uma nova oportunidade de querer sonhar, para buscar algo mais além, porém, mais próximo da mente. E assim seguimos, buscando e querendo sempre mais do que já possuímos. Digo que esse é o nosso ciclo, que assim somos movidos e somos atraídos pela parte mais emocional possível.
Sonhos e sentimentos que marcam. Momentos repentinos que insistem em durar e permanecem em minhas trilhas de aventuras. Sonhos realizados continuam tendo magia de um oculto e por isso nunca irão se apagar.
Brilhos de uma imaginação estelar e de pessoas imaginárias desconhecidas, tudo isso ofusca meu olhar. Quando crescer espero apenas ser o que meu destino me proporcionar, pois bem, isso será por minha conta, serei exatamente o que eu sempre sonhar e mais ainda o que eu realizar.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Algo assim


Não sei por qual motivo penso em ti. Penso nos poucos momentos em que estivemos juntos, eu realmente queria o seu amor, queria provar do seu carinho, queria saber como é te ter. Penso em como seria se eu ainda estivesse ai, em como nossos caminhos seriam traçados e se nossa realidade seria do jeito que gostaríamos que fosse.
Porém, chorar por aquilo que não se foi é ridiculamente bobo. Não somos a outra parte um do outro e também não é possível mais querer você em mim.
Tanta coisa se passou, tantas promessas se perderam, tantos beijos morreram. Sorrisos perdidos no tempo, alegrias a deriva de um destino que jamais chagará. Tantos momentos que nada mais significam e tantos encontros que se apagaram.
Uma coisa é certa, te perder sem nunca ter tido foi dolorido. Uma dor besta, chata e insistente, mas espero que para você tenha sido tudo muito natural, pois não vale a pena bater na mesma tecla varias vezes. O que passou agora já não é mais o que eu gostaria que fosse minha realidade e apenas faz parte do meu passado, que por acaso eu ainda lembrarei no decorrer da minha caminhada.
Enfim, foi romance ou nada?
Prefiro acreditar no nada. Entretanto no futuro eu posso até descobrir, mas não quero saber. Tudo é melhor quando não se busca querer saber os detalhes, só deixa acontecer, continua ai, que eu sigo aqui.
Sei que agora é um pouco tarde para me arrepender das coisas que fiz ou até mesmo as que deixei de fazer. Sei que não adianta mais pedir perdão ou tentar perdoar, pois o que foi feito não tem volta. Mas sigo de cabeça erguida e digo não me arrependi de nada!
São nesses momentos de solidão e de recordação que nasce a minha inspiração. Essa que uso no decorrer da minha vida, que crio meus maiores pensamentos e que viajo na minha ilusão. Entretanto, nem sempre essas recordações nós torna alegre, ela nos faz bem, mas nos faz perceber muitas coisas que deixamos se perder no passado e que talvez por segurança, seja melhor deixar assim, sem querem reviver nada.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Recordações de uma adolescente


Quem nunca parou por alguns instantes e pensou em tudo aquilo que já lhe aconteceu? Acho que quase todos, se concordarem. A muito tempo encontrei algo que jamais poderei esquecer, durante nossa vida passamos por diversas situações e o destino a cada dia, nos reserva momentos e pessoas. Há coisas que permanecerão muito tempo dentro de nós. Palavras ditas, sorrisos usados, amigos feitos, notas baixas em provas, amores encontrados e sentimentos correspondidos.

Realmente, tudo que se vive fica para sempre conosco, recordações de momentos, fotos, marcas no corpo e sofrimentos, essas coisas são muito mais que importantes, necessitamos de tudo isso para construirmos nossa história, nossa caminhada e mais ainda, nosso futuro.

Entretanto, quando a gente ama, qualquer coisa serve para relembrarmos. Vou dar uma prova disso, sabe quando se está longe de casa e principalmente da mãe, em uma cidade qualquer, você simplesmente sente o cheiro de uma comida, que não é a mesma, mas é parecida com a que sua mãe fazia e em questão de segundos você recorda de um almoço em família, das piadas ditas durante o dia, do rosto de cada pessoa lá presente, resumindo, se lembra de tudo e isso por quê? Porque você guarda com saudades aqueles momentos, guarda com amor às lembranças de sua mãe.

A verdade é que a vida passa tão depressa e muitas vezes não nos deixa escolhas, temos que obedecer normas, regras e tantas outras coisas, que esquecemos de nós. Esquecemos da nossa essência, de onde viemos e de quem realmente somos e nada melhor do que voltarmos ao principio, deixando toda essa ‘responsabilidade’ de lado e pelo menos por um dia podemos voltar a ser ‘criança’, relembrando de toda aquela alegria, de toda aquela vida e de todos que fizeram parte de nossa caminhada.

Um passado que insiste em se manter presente, anunciando memórias com vestígios de esperança, lembranças que esperam sozinhas e intactas o instante exato de se desfazerem e assim terminar com uma vírgula essa minha realidade. Realidade que a cada dia, constrói o meu passado e assim seguimos nossas vidas, pensando no tempo que já se foi e naquele que ainda virá.

Saudade

Salgada

Molhada

Doida

Passada

Enfim, ausência...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O agora é o que importa


Perdida em um vazio, em um estado interessante, meio fraca e angustiada, voltada para um passado que se apagou e ficou distante. Deixando-me iludir com um presente intrigante. Esquecendo do ontem e não pensando no amanhã, pressa em um agora que me demonstra ser tão gigante. Não sei se devo ou se mereço. Não sei se é isso ou aquilo. Essa é mesma a minha realidade? É aqui que devo permanecer por tempo indeterminado?
Ainda sinto-me um tanto inconformada com a minha atual localidade, nem tudo parece ser tão claro como deveria. Só tenho confiança de uma coisa, eu sentia falta dessa alegria, da união, da presença de todos e do perdão. Sentia falta de ver todos sorrindo por causa da mesma piada e da zuação.
Como posso desfazer-me de todas essas lembranças, foram com essas historias que construi minha caminhada, que fiz minha própria realidade e minha atual e permanente personalidade. Tem certos males que vem para o bem e hoje tenho total certeza disso.
Em certos momentos de nossas vidas, somos colocados na frente de situações desconfortáveis, mas nem sempre pensamos no porque dela e só queremos criticar o porquê disso ou daquilo. Foi em um desses momentos que entendi o motivo de um ano ter sido tão bom e no outro tudo aquilo que acreditava, toda aquela base, tinha se perdido e tornado em um ano de distancia, de amigos perdidos e não mais tão amigos.
Só que hoje, a maturidade bateu em minha porta e não me deixou escolhas, exigindo um perfil e uma mentalidade que não dava espaço para a infantilidade e o orgulho, pois só assim o perdão pode ter espaço entre nós e com isso, veio à alegria e a união, ‘esfregando’ em nossas ‘caras’ como perdemos tempo com coisas banais, fazendo com que deixássemos tantos momentos especiais passarem despercebidos em nossas vidas.
Voltamos a ser como éramos, entretanto não mais como antes, só que de certa forma, melhores, mais confiantes, mais maduros e entendido das coisas, e só o agora me importa, o que passou ficará como experiência e não como magoas.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A vida de Julie


Eram tempos difíceis, o país estava em guerra, todos os homens foram convocados, ou melhor, obrigados a lutar. Lutar por um ideal que não nos pertencia. Entretanto um rapaz em especial apoderou-se de meu coração e levou consigo para o campo de batalha.
Foram anos de espera, ninguém mais acreditava na segurança e nas pessoas de bem, todos sofriam atentados, seja por abuso sexual ou por busca de comida.
Com as forças que me restavam, escrevia frequentemente para John, mas nunca recebia suas respostas. A cada dia víamos as fotos daqueles que não sobreviviam, angustiava-me até ter certeza que seu rosto não estava no meio daqueles.
Em um desses outonos meu querido pai faleceu, deixou-me sozinha, sem rumo, sem segurança e sem amor. Demorei muito para me acostumar com tudo aquilo, vivia do que as pessoas me davam, mas sempre diziam que a guerra estava no fim, mais um mês e todos estariam a salvos, só que eles esqueciam que para muitos a salvação nunca chegaria.
Os desertores começavam a parecer, só que o governo estava caçando todos eles, para quem não sabe, os desertores eram os soldados que se machucavam e eram tirados da batalha, mas não podiam voltar para casa, pois esperavam até que eles melhorassem para voltar a lutar pelo país. Muitos desses homens não agüentavam e saiam às escondidas, mas quem fosse pego fugindo, era morto e as pessoas que ajudavam a escondê-los eram acusadas de traição.
Uma certa moça apareceu na fazenda que era de meu pai, Christine me ajudou com tudo, superamos muitas coisas juntas, nos ajeitamos da forma que podíamos. Em um dia qualquer um homem ficou preso na armadilha feita no milharal, quando lá chegamos, a surpresa, era o pai de Christine, ele era desertor, mas era seu pai, não podíamos deixa-lo sem nada, só por medo do que os mandantes do governo podiam fazer.
Conseguimos seguir sem deixar nenhuma pista, ‘nossos’ desertores, pois é Vicent não estava sozinho, estava acompanhado de mais dois, Ted e o preferido de Christine, Timothy, eles viviam escondidos na floresta, frequentemente apareciam em nossa casa para comer, ou então para tomarmos um vinho.
Em um dia desses, fui até a casa de nossa vizinha, lá tinha poço e no meio de uma conversa, ela disse que seu poço mostra o futuro, sempre na esperança de reencontrar John, olhei para ele, e para minha surpresa eu o vi, o vi caminhando na minha direção, voltando para casa, para os meus braços, para o meu amor que sempre foi dele.
Atordoada voltei para casa e mais um dia se passou, com angustia e expectativa de ver o fim da guerra. Era natal, fizemos uma comemoração fechada entre nós, sentíamos sempre o perigo que vinha lá de fora e o frio congelava mais ainda meu coração, fazendo uma barreira para assim permanecer quente o sentimento preso lá dentro.
O dia parecia estar indo muito bem, até que Timothy apareceu correndo e disse que os mandantes do governo haviam aparecido no meio da noite e tinham matado Vicent e Ted, com sorte ele tinha se salvado, pois estava escondido na mata. Imediatamente Christine e eu arrumamos tudo, e fomos até onde eles estavam, Timothy ficou na fazenda por segurança, pois alguém ainda poderia estar por lá. Quando chegamos, por felicidade Vicent ainda estava vivo, perderá muito sangue, mais ainda era possível salva-lo, mas infelizmente Ted não.
Christine conhecia um lugar próximo dali, onde os índios costumavam se esconder, arrumamos algumas coisas por lá e eu, Julie sai para caçar algo para comermos. No meio da floresta, coberta por um manto branco, ouvi meu nome, com medo mandei quem fosse ir embora, mas por um instante algo me disse ao contrario, olhei melhor e gritei por John, abri bem meus olhos e imediatamente aquele homem correu até mim. Era John, era o amor de minha, era o homem que esperei por tanto tempo.
Ao voltarmos, ele me contou tudo, ainda não acreditava que estava perto de mim novamente. Contou que quase morrera, que recebeu uma de minhas cartas, que foi por ela que se manteve forte e fugiu até meu encontro. Foi preso no caminho, mas conseguiu fulgir, passou por situações ruins, mas sempre um amor forte batia em seu peito e lhe dava mais força para continuar sua caminhada.
Aquela noite jamais esquecerei, nós nos amamos, matamos toda aquela saudade acumulada, só que em tempo de guerra, felicidade alguma dura muito, na volta para casa, os matadores de elite apareceram por lá, atirando em nós. John, não desistiria de sua felicidade, foi mata adentro atrás de um deles, no meio da calmaria e dos corpos não chão, um barulho estrondante veio de dentro da floresta, não poderia ficar ali, um aperto muito forte chegou até meu coração, temia pelo pior, corri atrás John e no meio da minha trajetória angustiante, avistei-o, cambaleando, chegando ao seu encontro ele caio em mus braços, que o levaram até a neve, só pude ouvir suas ultimas palavras, um Eu Te Amo mais sincero que qualquer seu humano poderia ter dito e ali permaneci, chorando e vendo meu John partindo eternamente, uma ida sem volta, porém, uma ida sem guerra, cheia de paz e satisfação.
Tempos depois a guerra terminou, Christine casou-se com Timothy, Vicent sobreviveu e daquela noite um fruto foi gerado, Margaretti, minha pequenina, minha filha e hoje, minha atual recordação de meu amor. Todos os dias de minha vida penso em meu John, só sou capaz de esquecê-lo quando os afazeres gritam mais alto que seu amor, porem esses momentos não levam mais que segundos, diferente do que sinto, que levará a vida toda.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Entre o hoje e o amanhã


Já se tornou tão difícil estar perto das pessoas, já não sou mais capaz de satisfazer todos, não se é mais possível agradar e não magoar ninguém com seu jeito único de ser. Todos os dias sou cobrada por isso, mas poxa, eu não sou perfeita, ninguém é, todos cometem erros e pela minha pouca idade não sou diferente, sou movida por sonhos e desejos, e na tentativa de realiza-los, piso na bola, faço besteira e por isso sou chamada de dissimulada e irresponsável
Irresponsável por quê? Se eu fizesse realmente algo que prejudicasse alguém, se sumisse por dias sem falar nada ou até mesmo se falasse uma coisa e fizesse outra, poderia até ser, mas não, ela estava ciente de tudo, sabia que se desse iria fazer aquilo e se não desse faria outra coisa. E mesmo assim diz que não falei nada, prefere não ouvir o que tenho a dizer e diz que não que saber, pois eu só faço coisa errada.
Isso sim é pra deixar a pessoa revoltada e ai sim fazer besteira, pois é bem melhor você ser acusada por algo que fez, do que por algo que você nem pensou em fazer, mas por te julgarem assim e acharem que sua cara juvenil é suspeita, tiram esse conclusões e seu dia que estava tão legal, pois estava com seus amigos de bobeira, acaba parecendo com aqueles dias entediantes, onde não sem tem nada para fazer e passa o dia todo na frente da TV assistindo novela, se não sessão da tarde.
A gritaria machuca meus ouvidos, atordoa minha cabeça e me deixa com raiva de ser assim, de querer viver um pouquinho sem estar sempre na linha. Ainda sou melhor que muitos por ai, não quero contar vantagens, mas com certeza tem gente que sofre muito mais com esses jovens malucos, irresponsáveis e que gostam do perigo, do limite, de enfrentar as mais diversas situações, seja ela ‘legal’ ou não.
Só não quero mais pensar, isso não mudará o que ela acha que fiz ou falei. O jeito é deixar assim, quem sabe com os dias isso se apaga e podemos voltar a falar em tom normal, como pessoas, como mãe e filha. Enquanto isso tento ser a mais perfeita possível, tentando mais ainda curti um pouquinho das férias enquanto há tempo para isso, pois, logo mais esse ano também ficará no passado e essas situações não me atordoarão e nem a ela perturbarão, pois a maior idade já terá me alcançado, a liberdade de nós chegará até ela finalmente e essas preocupações não serão mais tão presentes nos seu dia a dia.
Assim, continuarei tentando não achar tudo isso tão difícil, tentando mais ainda crescer com essas situações que por mais chatas e desnecessárias que sejam, servirão para algo no futuro que se aproxima das minhas vistas.