sexta-feira, 31 de julho de 2009

Borboletas


É impossível não pensar nas lembranças, mas é tão ruim alimentar a memória e manter viva a esperança de uma ilusão. É ainda pior acreditar que as mentiras podem se realizar, que podem um dia fazer alguém realmente feliz e satisfeito. Mesmo assim eu ainda não consigo crer que tudo não passou de enganação. Mas sei que essa louca metamorfose levará a um ser mais competente e a um novo ambiente.
Levantaremos um novo vôo, como se fossemos foguetes raivosos, loucos para descobrir o universo a nossa frente. Esse universo que na primeira imagem parece ser tão escuro, mas ao ser analisado, nos mostra a imensidão de estrelas brilhantes, cheia de sonhos contidos, prontos para tornarem uma magnífica realidade.
Sinceramente, tudo parecia um sonho, eu estava em um campo aberto, cheio de flores, o céu estava azul e o sol brilhava forte, conseguia ouvir o som da água na cachoeira, o canto dos pássaros e os passos do cavalo. Sentia o cheiro das flores, a grama semi-úmida e o meu próprio perfume.
Sentia, via, ouvia e sabia. Sabia que esse sonho estava sendo ilustrado no meu universo, na minha imensidão e nas minhas estrelas. Sentia que tinha a absoluta certeza que esses fagulhos de lembranças não passavam de uma prazerosa ilusão. Ouvia as vozes do lado de fora me chamando, pedindo para voltar à realidade, mas para que eu quero essa realidade? Nela eu não encontro um campo aberto para correr livremente. Nela eu não ouço o cantar dos pássaros. Nela eu não sou ninguém, apenas uma simples amante da vida, cheia de planos, de sonhos ainda não realizados, de desencontros e de inimizades. Mas, nas profundezas do meu pensamento, eu posso ser quem eu quiser, posso fazer o que bem entender. Posso viver!
Entretanto, do quê me adianta toda essa motivação se o principal ainda se esconde em um canto escuro do meu cérebro? Porém, esse principal aparecerá com a evolução das espécies, com o entender das coisas e com a transformação da minha ilustre borboleta.

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